29 Minutos Para Falar Bem Em Público - Resenha crítica - Reinaldo Polito
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29 Minutos Para Falar Bem Em Público - resenha crítica

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Desenvolvimento Pessoal

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9788543102962

Editora: Editora Sextante

Resenha crítica

Dá para aprender a falar bem em pouco tempo

Você já sabe falar. Use diante do público o mesmo vocabulário, o mesmo ritmo da fala e a mesma gesticulação que utiliza no seu dia a dia. Para aprender a conhecer sua própria comunicação, eis o que você pode fazer:

  • fale em público como se estivesse conversando em casa com um grupo de amigos ou familiares;
  • fale em público como se estivesse participando com entusiasmo de um bate-papo, pense que é apenas mais uma conversa, só que um pouco mais animada;
  • adapte o volume da voz ao ambiente e use o vocabulário de acordo com a formalidade da circunstância e as características dos ouvintes;

Lembre-se que é de fundamental importância investir nas suas próprias habilidades comunicativas e de que essa é uma das competências mais valorizadas no relacionamento social e na vida corporativa.

Não se deixe abater nas primeiras dificuldades: é inteiramente possível aperfeiçoar em pouco tempo sua própria maneira de se expressar.

Estruture sua apresentação

Antes de começar a falar, saiba qual é o assunto e o objetivo do evento. Para tanto, descubra o que levou os ouvintes àquela reunião. Cumprimente os ouvintes de acordo com a formalidade da circunstância.

“Senhoras e senhores”, “olá, pessoal” ou “bom dia/boa tarde/boa noite a todos” quase sempre serão suficientes. A seguir, agradeça o convite para falar ali e explique como a plateia pode se beneficiar com sua apresentação.

Com apenas uma ou duas frases, descreva o assunto de que vai tratar, esclarecendo qual é o problema e fazendo um histórico ou uma retrospectiva do tema em questão. Se, nesse momento, você levantou um problema, então não deixe de apresentar a solução.

Se você iniciou sua intervenção fazendo referências ao passado, fale do momento atual. Aqui vale usar exemplos, estatísticas e pesquisas como reforço de argumentação. Para ilustrar, conte uma história e, se for necessário, refute as objeções.

Para concluir, é interessante pedir a reflexão ou a ação dos ouvintes, bem como solicitar que expressem suas opiniões.

“Você vai falar daqui a pouco.”

Siga o roteiro abaixo se for convidado, de surpresa, a falar quando já estiver no local do evento:

  • identifique o tema e o motivo da reunião, ou seja, saiba por que as pessoas estão naquele local;
  • para iniciar seu discurso, escolha um assunto que domine. Você pode falar de sua atividade profissional, fazer referência a determinada passagem de um livro ou à cena de um filme que considera marcante, comentar sobre uma viagem, um fato que tenha presenciado ou uma notícia que esteja acompanhando;
  • associe esse assunto que conhece bem ao tema principal a ser desenvolvido. Para isso, use uma ideia de ligação. Por exemplo: “desafio”, “superação”, “dificuldade”, etc.;
  • preste atenção nas palavras dos outros palestrantes e faça anotações. Inclua essas informações na sua fala. Lance mão de ideias de ligação também nesse caso para fazer associações com o tema principal.

5 passos para ter sucesso na comunicação

Para ter sucesso na comunicação é indispensável conhecer o assunto e demonstrar domínio do tema a ser apresentado. Quanto mais conhecimento tiver sobre a matéria que irá expor, maiores serão sua segurança e sua desenvoltura.

Uma vez que você domina o assunto, certifique-se de percorrer os seguintes passos:

  1. ordene bem o raciocínio: tenha uma linha lógica com começo, meio e fim;
  2. fale com envolvimento e emoção: se não demonstrar interesse pelo que fala, não poderá envolver e interessar os ouvintes;
  3. tenha personalidade na voz e na maneira de se expressar: procure falar sempre um pouco mais alto do que seria suficiente para que as pessoas o ouvissem;
  4. aprenda o máximo que puder sobre os ouvintes e adapte a mensagem de acordo com as características deles;
  5. seja natural e espontâneo.

Dicas para criar e elaborar apresentações

Se você for convidado a falar em público e ficar inseguro para montar sua apresentação, saiba que isso ocorre até com oradores experientes. Siga o roteiro proposto e constate como é simples elaborar apresentações em pouco tempo.

Estas sugestões são cruciais, sobretudo para quem só conta com pouco tempo de preparação. As mesmas recomendações valem para a redação de textos:

  • dedique-se ao momento da criação: pense nos possíveis temas que pode abordar;
  • escolha o tema e determine de maneira clara os objetivos que pretende atingir;
  • discorra sobre assuntos que conheça bem e que lhe deem prazer: quanto mais envolvido estiver com o assunto, mais facilidade terá de falar sobre ele;
  • delimite o assunto aos aspectos que possam ser estudados e desenvolvidos dentro do tempo disponível para a pesquisa e a apresentação;
  • qualquer que seja o tópico, adapte-o sempre ao interesse e às expectativas dos ouvintes: pequenos ajustes ou ilustrações podem ajudar;
  • torne sua apresentação atraente: se o tema já estiver meio desgastado pelo tempo ou por excesso de uso, adorne-o com uma roupagem mais interessante.

Organize sua mensagem rapidamente

Você tem um tema para desenvolver e não sabe por onde começar. O cursor pisca na tela, mas suas ideias não aparecem. Essa é uma situação comum: ocorre todos os dias com várias pessoas dentro ou fora da vida corporativa.

Para quem precisa organizar a mensagem, cada segundo é muito tempo perdido. Veja algumas dicas simples para planejar suas apresentações de forma rápida e eficiente:

  • organize a mensagem pensando sempre em facilitar o entendimento dos ouvintes;
  • o melhor método é aquele que permite a você usar mais seus conhecimentos;
  • os ouvintes devem achar as informações interessantes;
  • use marcos temporais para ajudar a estabelecer o contexto: por exemplo, como as pessoas se dirigiam ao local de trabalho nos anos 1950, qual o meio de transporte que passaram a usar nos anos 1970 e 2000, qual utilizam nos dias de hoje e o que utilizarão no futuro;
  • use também marcos espaciais: fale sobre como o tema se aplica nas diferentes regiões. Por exemplo, como é a educação na América do Norte, na Europa, na Ásia e na América do Sul;
  • aborde o tema considerando os problemas que o constituem e as soluções que poderão ser oferecidas.

A melhor técnica para falar em público

A melhor técnica para falar em público é aquela com a qual você se sente mais à vontade. Há oradores que preferem se apoiar em anotações. Outros se sentem mais livres quando memorizam alguns tópicos. E não são poucos os que gostam de decorar os discursos.

Para escolher a técnica mais adequada ao seu estilo, às suas necessidades e à circunstância da apresentação, experimente todas as técnicas que puder e escolha a que julgar mais conveniente.

Olhe para as anotações como se estivesse pensando, sem se precipitar. Leia a frase e depois comente, amplie, discorra. Ao terminar o comentário, leia a frase seguinte e faça outras observações e considerações.

Você se sentirá seguro com o apoio das anotações e livre para desenvolver o raciocínio diante dos ouvintes. Procure segurar as folhas com anotações na altura da cintura.

Mesmo que decorar a fala seja considerada a pior de todas as técnicas de apresentação, se você tiver facilidade para memorizar, capacidade de interpretação e jogo de cintura para contornar algum esquecimento, não haverá nenhum problema em recorrer a esse artifício.

Além disso, empregar recursos visuais na medida certa também podem servir de apoio.

O momento de expor e aprovar uma proposta

Se tiver de apresentar uma proposta na reunião da empresa ou em uma negociação com clientes ou fornecedores, além dos argumentos que terá à disposição para apoiar sua causa, você precisará se preparar para afastar as resistências dos ouvintes.

Estes são alguns pontos que podem tornar sua apresentação vitoriosa:

  • antes de apresentar uma proposta, converse pessoalmente “nos bastidores” com os envolvidos na avaliação dela: assim, será mais fácil afastar as possíveis resistências;
  • os ouvintes apresentam características peculiares: procure descobrir a faixa etária, o nível intelectual e o conhecimento que possuem sobre o assunto. Dessa forma, será mais simples adequar a mensagem ao interesse e às características das pessoas;
  • avalie se há resistência dos ouvintes: se ela for em relação a você, mostre conhecimento e autoridade. Se for relacionada ao assunto, inicie tocando nos pontos com os quais o público concorda. Se o problema for o ambiente, prometa ser breve na exposição;
  • jamais use um argumento polêmico para apoiar outro argumento polêmico.

Como enfrentar o medo de falar em público

Se você é um profissional que de vez em quando precisa falar em público – seja em reuniões dentro da empresa, seja em ambientes externos quando em contato com clientes, fornecedores, investidores ou sindicalistas – e não se sente confortável diante da plateia, aprenda, em pouco tempo, como contornar esses instantes difíceis.

Como os primeiros momentos da apresentação são os mais desafiadores, saiba o que dizer no início. Leve um roteiro escrito como apoio. Mesmo que não sejam utilizadas, as anotações deixarão você mais seguro.

Para que o tremor das mãos não seja percebido pelos ouvintes, imprima seu discurso em uma folha mais encorpada. Não tenha pressa para começar. Inicie falando devagar e com volume de voz mais baixo até se sentir mais confiante.

Se estiver muito nervoso, no princípio apoie as mãos na mesa ou no encosto da cadeira. Converse com colegas de trabalho ou amigos sobre o que pretende apresentar e prepare-se durante o máximo de tempo possível.

Evite gestos desaconselháveis ao falar

A despeito do fato de que alguns gestos desaconselháveis podem ser usados em certas circunstâncias, você deve, em termos gerais, evitar a falta e o excesso de gesticulação. Entre essas duas atitudes desaconselháveis, prefira a falta ao excesso.

Na maioria das situações, é recomendável evitar falar com as mãos nos bolsos, com os braços nas costas ou cruzados na frente do corpo. Evite também fazer gestos abaixo da linha da cintura ou acima da cabeça.

Procure não deixar as pernas muito abertas, para não tirar a elegância, ou fechadas demais, para não comprometer o equilíbrio. Cuidado para não se apresentar com a cabeça baixa, para não demonstrar excesso de humildade ou com ela muito levantada, olhando por cima, para não passar ideia de arrogância.

Táticas para interagir com os ouvintes

Para interagir com os ouvintes, alguns palestrantes têm usado táticas de comunicação que mais parecem instrumentos de tortura. Com a intenção de melhorar o resultado de suas apresentações, fazem perguntas de forma tão grosseira que deixam plateias inteiras com os nervos à flor da pele.

Inversamente, uma atitude simpática mostra preocupação e respeito para com a imagem das pessoas, motiva os outros ouvintes a participarem com respostas e sugestões e produz um ambiente mais favorável e útil ao sucesso de sua apresentação. Para atingir esse objetivo:

  • faça perguntas para interagir com os ouvintes: se o assunto permitir e a circunstância for favorável, as perguntas serão um ótimo recurso de interação;
  • não faça perguntas apenas para demonstrar que sabe mais que os ouvintes: essa atitude passa uma imagem antipática, não credita autoridade e cria resistências no público;
  • procure sempre valorizar a resposta dos ouvintes: você não vai elogiar uma resposta descabida, mas pode aproveitá-la em sua explicação;
  • ao valorizar uma resposta, você motivará outras pessoas a participar: elas percebem que os ouvintes são respeitados e se sentem mais à vontade para interagir;
  • se o objetivo for motivar a participação da plateia, quanto mais simples a pergunta, melhor.

E se disserem o que você ia dizer?

Um evento com vários palestrantes que falam sobre o mesmo tema exige alguns cuidados. Para não ser apanhado de surpresa, siga estas orientações:

  • se o palestrante “roubou” suas ideias, aproveite e faça comentários sobre o que ele disse: dessa forma, você fará sua apresentação como se estivesse aproveitando circunstâncias nascidas no próprio ambiente;
  • se o palestrante antecipar as regras que você sugeriria, fale como elas poderiam ser quebradas: analise bem todas as regras que você pretendia utilizar e estude quais poderiam ser desconsideradas em determinadas circunstâncias. Este é um recurso que dá bons resultados;
  • tenha sempre algumas histórias de reserva: se precisar alterar sua apresentação, esses casos extras serão muito úteis;
  • não entre no horário dos outros palestrantes: termine no tempo determinado. Para isso, planeje sua apresentação com diferentes durações. Saiba, antes de iniciar, quais as etapas poderiam ser eliminadas ou reduzidas.

Sua comunicação deve ser um show

Se você tiver de falar em uma convenção de vendas para uma plateia de 500 vendedores, em um hotel à beira-mar, e tentar passar uma mensagem com conteúdo profundo do princípio ao fim, suas chances de fracasso serão de 10 em 10.

Se, por outro lado, em uma reunião para explicar resultados e definir o planejamento estratégico para o ano seguinte, diante de meia dúzia de conselheiros, passar o tempo todo contando piadinhas e histórias engraçadas, suas chances de fracasso talvez diminuam um pouco. Possivelmente, serão de 11 em 10.

Essas hipóteses extremas são para mostrar que o resultado de uma apresentação depende de como você adapta a maneira de falar à circunstância, ao contexto e, principalmente, às características dos ouvintes.

Nas duas hipóteses, você deve ter a preocupação de deixar uma mensagem importante, mas a maneira de falar precisa ser adequada ao tipo de evento em que irá se apresentar.

Descubra o que você sabe fazer de melhor e use em suas apresentações. Você sabe contar piadas ou histórias interessantes? Sabe fazer imitações? Leve para os ouvintes essas habilidades. Esse é o espetáculo de que a sua apresentação precisa para ser bem-sucedida.

Pratique contar histórias interessantes para amigos e familiares. Essas situações são as mais adequadas para ensaiar esses ingredientes espetaculares. Se funcionar nos ambientes mais íntimos, também poderá dar resultado diante dos ouvintes.

Saiba dosar o show de acordo com o tipo de plateia que terá pela frente. Quanto mais numeroso e inculto o público, mais espetacular poderá ser a apresentação. Quanto menor e mais instruído o público, mais moderado deverá ser o espetáculo.

Escutar é importante. Falar também

Embora não haja dúvida sobre a importância do silêncio e da relevância de saber escutar, a vida não costuma premiar quem só escuta e se cala.

Dependendo das funções que exerce ou pretende exercer, as pessoas não esperam que você entre mudo e saia calado, por exemplo, de uma reunião importante. Há expectativa de que você diga algo. E algo relevante.

Mesmo que não tenha nada a dizer, ouça atentamente o que estão debatendo e faça algum comentário a respeito dos temas em discussão. Dessa forma, sem ficar quieto quando deveria se manifestar, você se mostrará interessado e participativo.

O segredo está em saber o instante mais propício para ouvir e para falar. Se você aprender a falar na hora certa e souber escutar e ficar em silêncio no momento apropriado, encontrará o equilíbrio de que precisa para se relacionar e se comunicar bem com as pessoas.

Portanto, vá para a reunião ou para a apresentação sabendo que ouvir é tão fundamental quanto falar.

Apresentações para o chefe com o uso de recursos visuais

A apresentação de um subordinado para o chefe tem suas peculiaridades. O chefe não costuma tolerar enrolação e exige objetividade. Essa história de esticar a exposição com excesso de detalhes pode não dar bom resultado. Especialmente se entrarem em jogo os recursos visuais.

Sendo assim, só os utilize quando quiser destacar as informações importantes, facilitar o acompanhamento do raciocínio pelos interlocutores e permitir que as informações sejam lembradas por mais tempo.

Esteja preparado para falar sem recursos visuais caso tenha algum problema com a projeção e seja objetivo, especialmente em apresentações para superiores hierárquicos.

Durante as apresentações, evite ficar olhando para a tela o tempo todo, de costas para os ouvintes. Avise o que vai projetar, projete, olhe para a tela, faça um breve comentário e, fitando os ouvintes, explique com naturalidade as informações projetadas.

Para produzir um bom visual use a regra do 7 por 7: no máximo 7 palavras por linha e 7 linhas por projeção.

A fala certa do chefe para o subordinado

Embora os aspectos estéticos relacionados à voz, ao vocabulário e à expressão corporal sejam os mesmos, a forma de transmitir a mensagem tem características diversas e peculiares quando é o chefe que se dirige a um grupo de subordinados.

O respeito, no entanto, deve ser o mesmo em todas as circunstâncias. Assim como, em público, o subordinado não deve contrariar gratuitamente a opinião do chefe, o chefe precisa tomar cuidado para não repreender o subordinado na frente dos outros funcionários, preferindo ter uma conversa particular.

Se você for um funcionário, ainda que o chefe afirme não se incomodar em ser criticado em público, resista. É quase certo que ele não está sendo sincero.

Procure sempre a técnica mais apropriada para cada situação. Não é adequado, por exemplo, o chefe convocar uma reunião e iniciar agradecendo a presença de todos. É mais coerente valorizar o fato de todos terem chegado no horário.

Da mesma forma, não é apropriado o presidente da empresa prometer brevidade aos subordinados. Neste caso, é preferível dizer que passará ao grupo apenas algumas informações para esclarecer bem a questão.

Por melhor que seja a técnica, o primordial é analisar a necessidade de adaptá-la a cada circunstância específica.

Histórias que podem atrapalhar

As histórias ajudam a ilustrar mensagens. Além de facilitar o entendimento dos ouvintes, tornam a apresentação mais leve, arejada e atraente. Para evitar que esse recurso valioso se volte contra a sua apresentação, você deve:

  • evitar contar histórias muito manjadas: se a história for conhecida, basta fazer apenas uma menção, por exemplo: “como aquela história da princesa que queria encontrar o príncipe”. Dessa forma, você a utiliza como ilustração sem passar pelo desgaste de contá-la novamente;
  • aprender a colecionar histórias que ouve nas conversas ou encontra nas leituras: vale a pena anotar as novas para montar um repertório próprio;
  • utilizar apenas narrativas que podem ser contextualizadas, bem associadas à mensagem: ainda que a história não se encaixe por si só, quase sempre é possível construir pontes para ela se ajustar ao contexto.

Dispense os recursos visuais e ganhe tempo

Pense na possibilidade de falar sem o apoio de recursos visuais. Observe os bons palestrantes que falam sem o apoio desses recursos.

Você vai constatar que para substituir o show das projeções eles usam com mais ênfase o humor, as histórias, as novidades, a interpretação espetacular, as pausas expressivas e a movimentação física.

Tente, a partir de hoje, começar falando sem elementos visuais em apresentações curtas. No início, apenas reduza a quantidade de aparatos visuais. Não encare essa decisão como tudo ou nada.

Você pode manter uma boa interação com os ouvintes e obter ótimos resultados apenas reduzindo a quantidade de telas. Só elimine totalmente os recursos visuais quando tiver certeza de que seu desempenho pode substituir o espetáculo das projeções. Descubra e aperfeiçoe o que você sabe fazer de melhor para cativar o público.

Não seja prolixo. Fale com objetividade

Conte logo no início o resultado da sua apresentação. Essa é uma atitude importante para demonstrar que deseja mesmo ser objetivo. Use histórias verdadeiras da vida corporativa para ilustrar o que você diz.

Exemplos extraídos da própria atividade e dos negócios reforçam a linha de argumentação, dão objetividade e ajudam a esclarecer a mensagem. Logo no início prometa ser breve. E procure cumprir esta promessa.

Mesmo que não haja resistência dos ouvintes, eles gostam de saber que a apresentação não consumirá muito tempo, portanto, não inclua informações desnecessárias só para mostrar conhecimento.

Seja breve, mas não se preocupe apenas em falar pouco. Ser objetivo não significa necessariamente falar pouco, mas sim falar tudo o que for preciso para conquistar, no menor tempo possível, o que deseja.

6 regras para ser bom de papo

Para ser bom de papo, você pode seguir seis regras bastante simples:

  1. seja natural: essa é uma das regras mais importantes para quem deseja conversar bem;
  2. demonstre ouvir com interesse: use expressões fisionômicas ou palavras indicativas de que acompanha e se interessa pela conversa;
  3. aprenda a contar histórias curtas e interessantes: essa é uma combinação importante, pois, numa boa conversa, de maneira geral, não adianta a história ser curta se não for interessante, nem ser interessante se não for curta;
  4. desenvolva seu lado espirituoso e bem-humorado: esses recursos tornam as conversas atraentes e instigantes;
  5. faça perguntas fechadas: “quem?”, “onde?”, “quando?” Ou abertas: “por quê?”, ”como?”, “de que maneira?”, dependendo do rumo que deseja dar à conversa;
  6. tenha interesse verdadeiro pelas pessoas com quem conversa.

Aprenda a puxar conversa no elevador

Estabelecer contato com gente importante é difícil. Essas pessoas são muito ocupadas e vivem cercadas de secretárias e assistentes que atuam como verdadeiros cães de guarda.

O mais complicado da história é que, se você tiver algum negócio de peso para resolver, só elas poderão decidir.

Por isso, um contato inesperado fora do quartel-general onde os mandachuvas costumam se alojar pode significar a solução de meses de tentativas malsucedidas. Tudo fica muito simples na teoria, não é? É fácil dizer “vá lá e fale com a fera”.

Entretanto, quando chega a hora de enfrentar o dragão, é preciso ter peito. Diria mais, peito e técnica.

Se você conseguir iniciar, desenvolver e concluir uma conversa agradável, simpática e cativante dentro do elevador, estará apto a falar com quem quer que seja dentro de um avião, no saguão de um aeroporto, em um restaurante ou na fila do cinema para, assim, atingir seus objetivos.

Confira como proceder para transmitir em pouco tempo uma mensagem completa:

  • quando entrar no elevador, cumprimente os passageiros: um cumprimento simpático pode tornar as pessoas mais receptivas;
  • fale sobre os objetos que elas estão levando: sacolas de supermercados, livros e aparelhos eletrônicos são itens que ajudam a iniciar uma conversa;
  • comente sobre as flores, mas sem perguntar quem será ou foi presenteado;
  • converse sobre o comportamento das crianças acompanhadas dos adultos: talvez não exista nada melhor para entabular uma conversa do que fazer comentários sobre as crianças. As resistências desaparecem como por encanto quando alguém faz referência a elas;
  • respeite, porém, o ânimo das pessoas: se elas não estiverem de bom humor, dificilmente haverá clima para uma conversa; prefira ficar quieto.

Quem manda são os ouvintes

Obtenha todas as informações que puder sobre os ouvintes. Você pode levantar esses dados com antecedência ou pouco antes da apresentação, perguntando ao organizador do evento.

Planeje suas apresentações de acordo com a plateia. Se o público for predominantemente jovem, fale do futuro, de planos, de desafios. Se for predominantemente idoso, fale do passado, de experiências que possam ter vivido.

Não trate assuntos com profundidade se os ouvintes forem leigos na matéria. Da mesma forma, não aborde o assunto superficialmente se a plateia for constituída de especialistas.

Às vezes há necessidade de fazer adaptações de acordo com as reações e as características não previstas dos ouvintes. Por mais bem planejada que seja uma apresentação, quase sempre será preciso efetuar mudanças no plano inicial.

Ruídos que matam a comunicação

Elimine o gerundismo da sua comunicação, pois há formas mais elegantes de se expressar. Afaste os “né?”, “tá?”, “ok?” e outros vícios do final das frases. Combata também o vício de dizer “ããããã”, “ééééé” nas pausas. Para isso, é preciso esperar em silêncio até que a palavra surja.

Evite ainda o excesso de “então” e “na verdade”. Cuidado com alguns modismos que chegam e se instalam, sem cerimônia, na comunicação. É o caso do irritante “tipo assim”. É ainda mais desagradável quando utilizado por adultos que lançam mão desses artifícios para parecerem mais jovens.

Porém, não é proibido usar “né?”, “tá?”, “na verdade”, “então” e outros, desde que sem exagero e dentro do contexto da comunicação.

Seja um comunicador irresistível

Conjugue diversos aspectos da comunicação para ser bem-sucedido. É importante haver harmonia entre voz, vocabulário, expressão corporal, conteúdo e organização do raciocínio.

Sua voz precisa ter personalidade, mesmo que ela não seja muito bonita. Fale num bom volume, pronuncie bem as palavras e mantenha um ritmo agradável, alternando o volume da voz e a velocidade da fala.

Tenha um vocabulário amplo, para dar fluência à fala. Evite palavrões, gírias e os vícios como “tá?” e “né?”. Não se preocupe em falar com termos incomuns. Reserve o palavreado técnico apenas para falar com quem atue na mesma atividade.

Procure gesticular de forma moderada. Lembre-se de que é melhor a falta que o excesso. Por fim, procure ser simpático e manter o semblante expressivo. Se o momento permitir, sorria.

Como conquistar os ouvintes

Você sabia que, se as pessoas não estiverem prestando atenção em suas palavras, provavelmente a culpa é sua? Salvo uma ou outra exceção, não existe ouvinte desinteressado, mas orador desinteressante.

Use em público as mesmas habilidades que o tornam interessante diante dos amigos. Observe como agem os camelôs para reunir todas aquelas pessoas ao redor deles e vender os produtos que desejam.

Aperfeiçoe o que já sabe fazer para dar um espetáculo ainda melhor. Talvez algumas competências estejam latentes, esperando uma oportunidade para serem utilizadas e melhoradas.

Seja ousado e não tenha receio de tornar sua apresentação leve e atraente. Esse teste deve ser feito em ambientes que não apresentem tantos riscos, como no relacionamento com amigos e familiares. Se der certo nesses locais de convivência mais íntima e informal, provavelmente dará certo também diante do público.

Expressões mágicas ajudam a encerrar

Use o tom de voz para demonstrar que está finalizando. Para encerrar, você pode aumentar o volume da voz e a velocidade da fala, ou, ao contrário, o que é ainda mais comum, diminuir o volume da voz e a velocidade da fala.

Evite encerrar com expressões batidas como “era isso que eu tinha para dizer”. São frases vazias, inconsistentes, que tiram o brilho da apresentação. Se sentir certa inconsistência na hora de encerrar, use estas palavras e expressões que levam naturalmente à conclusão: “assim sendo”, “espero que”, “dessa forma”, “com isso”, “portanto”.

Para encerrar, utilize um ou alguns destes recursos: instigue uma reflexão, use uma citação ou uma frase poética, peça alguma ação, elogie com sinceridade os ouvintes, aproveite um fato bem-humorado, provoque arrebatamento.

E mesmo que não tenha ido muito bem, não revele no final seu descontentamento à plateia.

Notas Finais

Para garantir que os ensinamentos dos nossos autores possam ser convertidos em uma apresentação de sucesso, tome esses dois cuidados básicos e tão importantes: não estabeleça confrontos desnecessários com os ouvintes e avalie as resistências que terá pela frente. São precauções simples, mas que não podem ser negligenciadas.

Assim, se perceber que um dos ouvintes se mostra contrariado, não tente digladiar com ele nesse momento. Não é hora de duelar. Não enfrente o olhar adverso; olhe-o rapidamente e dê atenção ao restante da plateia.

Agindo assim, você não se escravizará a uma pessoa, tentando fazê-la mudar o comportamento resistente, nem correrá o risco de não dar atenção aos outros ouvintes, que, sem dúvida, esperam que você os considere olhando também na direção deles.

Mas fique atento para não fitar apenas o ouvinte que se mostra amistoso. Por causa da insegurança natural de falar em público, de maneira geral nos voltamos para aquele que nos dá retorno positivo, balançando afirmativamente a cabeça. Também nesse caso devemos continuar olhando para todos na plateia.

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Quem escreveu o livro?

Reinaldo Polito é um escritor e colunista brasileiro. Publicou 22 obras e foi coautor de inúmeras outras (totalizando 30 livros escritos), escreve sobre a "arte de falar em público". Atualmente é Presidente e ocupa a cadeira número 3 da Academia Paulista de Educação e a cadeira número 36 da Academia Araraquarense de Letras. Em 1975, ingressou no Curso de Comunicação Verbal da escola de oratória de Oswaldo Melantonio, do qual tornou-se assistente após o término do curso. Mais tarde, Polito passou a atuar como professor... (Leia mais)

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